A Rota da Seda, elo de ligação entre o Ocidente e o Oriente na antiguidade, era uma séria de rotas interligadas através do sul da Ásia, usadas no comércio da seda entre o oriente e Europa. A história cultivou uma civilização antiga e deixou muitos mistérios à espera de exploração e descobertas. Existem muitas divergências sobre o período da exportação da seda ao Ocidente. O pesquisador do Instituto de Arqueologia da Academia de Ciências Sociais da China, Meng Fanren, considera que a exportação da seda ao Ocidente pode ser dividida em dois períodos tendo a dinastia Han (de 206 a.C a 220 d.C) como a linha de demarcação.
Foi na dinastia Han que a seda foi levada ao Ocidente pelas rotas populares, através das minorias étnicas, principalmente por etnias nômades que habitavam as periferias da China antiga. No entanto, e legítima exportação da seda iniciou na dinastia Han, pois a partir desde período que começaram as ofertas, lugares destinatários e rotas do tráfico; e o negócio era volumoso, planejado e organizado.
Mas antes de entender a Rota da Seda é necessário entender o que é a seda. No passado, os chineses aprenderam a fabricar a seda a partir da fibra branca dos casulos dos bichos da seda. Só os chineses sabiam como fabricá-las e mantinha esse segredo muito bem guardado. Quando os chineses começaram a fazer contato com ocidentais, encontraram pessoas dispostas a pagarem altos valores por esses produtos.
Segundo algumas documentações do Ocidente da época, a seda, além de ser bonita e agradável, carregava algumas superstições, acreditava-se que protegia da saúde e tinha função contra bichinhos, chuva e trovoada e tinha funções mágicas, então os bruxos embrulhavam os amuletos com pano de seda. Nestas circunstâncias, as regiões desde a Ásia Central até o Império Romano tinham grande demanda da seda e nesta procura, o império Romano foi o maior importador.
A Rota da Seda teve início quando imperador da dinastia Han do Oeste, Wudi, tomou a decisão de unificar todas as regiões Oeste, que até então eram fechadas. Assim um caminho foi aberto atendendo às necessidades militares e políticas, esse caminho ligava a Ásia Central com a Euro-Ásia e foi denominada Rota da Seda.
A dinastia Han foi o período de abertura e desenvolvimento da Rota da Seda, mas durante os 400 anos subsequentes alguns acontecimentos estagnaram a Rota da Seda até a dinastia Tang (século VII) que fez o aperfeiçoamento da rede de comunicação e administração da Rota da Seda.
Do aperfeiçoamento a decadência na dinastia Tang, a Rota da Seda foi substituída por uma nova rota, denominada Rota da Seda Marítima e chegou praticamente ao seu fim. A Rota da Seda ligava entre si as principais civilizações e os principais países da época, foi uma estrada concreta e real que contribuiu para o intercâmbio mercantil, que tinha a seda apenas como uma das principais mercadorias.
No entanto, a Rota da Seda teve um papel crucial para o intercâmbio cultural, político, religioso e cientifico, por isso, a estrada foi chamada também de “rota de emissários”. Através desta via, realizavam-se migrações dos povos nômades; realizavam-se mesclas étnicas e culturais. Ainda através dessa via, várias religiões se introduziram, exemplo disso foi o budismo e o islamismo.
A Rota da Seda não foi apenas uma via de comunicações ou apenas um comércio de seda, mas sim um panorama da história e da sociedade daqueles tempos e uma miniatura das civilizações antigas dos mesmos tempos, ou melhor dizendo, as diversas civilizações da época deixaram na rota seus vestígios.
