Cultura significa todo aquele complexo que inclui conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro.

Cada país tem sua própria cultura que é influenciada por vários fatores. Cultura também é definida em ciência sociais como um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração através da vida em sociedade.

E tendo cada um a sua cultura, é natural que entre países haja diferenças, como no caso de Brasil e China, que as diferenças culturais são enormes e vão além da diferença física ou de comer com “palitinhos” ao invés de garfo e faca. Por isso, é indispensável o conhecimento e o respeito à cultura do próximo, ainda mais quando você mora ou visita algum país diferente do seu.

Recentemente foi divulgado em vários jornais do mundo o fato do jogador argentino, Ezequiel Lavezzi, ter sido acusado de racismo depois que uma foto foi divulgada on-line, na qual o atacante aparece puxando os olhos, gesto esse considerado um insulto ao povo Chinês.

A foto começou a se espalhar na mídia internacional na última sexta-feira e logo se espalhou no Weibo (também conhecido como twitter chinês). Muitos usuários da rede ficaram irritados com a imagem e publicaram frases reprovando a atitude do jogador,  pedindo que ele se retirasse do país. Outros, mais dispostos, preferiram acreditar que tudo não passava de um mal entendido, visto que muitos estrangeiros desconhecem que o gesto de inclinar os olhos com as mãos é uma forma de discriminação.

Segundo publicação feita ao site Sixth Tone, o promotor de futebol inglês Zhou Wuji disse que é muito provável que o jogador tenha feito sem intenção de ofender. Outro chinês, o fã de futebol Hu Rongzhi, que mora em Pequim, disse ao site que o jogador é brincalhão e que acredita que o jogador gosta muito da China .

No último domingo o jogador Lavezzi e o time Hebei China Fortune contrapuseram as acusações de que o jogador havia se envolvido em comportamento racialmente discriminatório. “A foto foi tirada antes do início da temporada, quando eu e os meus companheiros de equipe atendemos a solicitação para tirar as fotos oficiais para a Super Liga Chinesa” escreveu Lavezzi. “Sob as exigências do fotografo oficial da Super Liga Chinesa, eu fiz algumas poses divertidas e relaxadas para criar uma atmosfera divertida durante a sessão”.

Lavezzi ainda afirmou em seu comunicado que as fotos foram publicadas na página oficial do clube da Liga Nacional da China e que pessoalmente não tinha intenção de ofender ou discriminar qualquer pessoa de nacionalidade chinesa.

O clube Hebei China Fortune se posicionou através de um comunicado, que Lavezzi sempre teve bom comportamento desde seu ingresso em 2016, e que o jogador é muito amado pelos fãs e sempre falou sobre seu amor pela China. Na nota, o clube também comentou que conversou com o jogador sobre o assunto e lamentaram não terem antecipado a explicação de que o gesto poderia ser mal interpretado.

O assunto repercutiu entre grupos de conversas de estrangeiros, pois muitos desconheciam que esse gesto poderia ser ofensivo. E trouxe discussões interessantes sobre preconceito e racismo, assuntos que são atuais nos dias de hoje e sofrido por diversas raças em diversos países. Em um dos comentários sobre o assunto “preconceito e diferenças culturais”, Cristina Dale, brasileira que reside em Xangai, coloca: “todos tem suas próprias justificativas. No entanto, independente da justificativa e da história, a caminhada da humanidade, acredito, é para nos aproximarmos e nos incluirmos, ainda que não nos incluam. A questão cultural pesa e concordo também que se estamos aqui temos que respeitar os costumes, as regras, a forma deles verem a vida. ”

Fazer parte de uma cultura diferente da que crescemos não é uma tarefa fácil, mas a partir do momento que escolhemos sair do nosso país de origem e viver em outro, precisamos entender que é necessário e respeitoso entender a cultura local e acima de tudo respeitar. Nem sempre é uma tarefa fácil, mas pode ser uma experiência enriquecedora.

“A gente só vai viver melhor, quanto mais tolerante, plural e acessível à diferença e à diversidade a gente for.” (Jurandir Freire Costa)

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