Christiane Dumont, brasileira, formada em publicidade e propaganda, pós-graduada marketing e ainda possui outros cursos complementares em seu currículo; atuou por mais de 25 anos em empresas de comunicação ocupando cargos de gerência e diretoria, e teve em sua carteira de clientes grandes empresas como Petrobrás e Coca-Cola, e ainda abriu uma empresa. Um currículo ímpar e exemplar, daqueles que são inspiradores. Mas a experiência inspiradora dessa mulher não para por aí.

Em 2011, Christiane veio para China acompanhar seu marido em função da profissão dele, deixando toda sua atuação bem-sucedida no mercado brasileiro para traz, mas trazendo consigo toda sua bagagem e experiência de vida.

Da executiva bem-sucedida à uma brasileira inserida em um país com uma cultura inversa à nossa, Christiane teve que se reinventar. Ao completar dois anos em Shenzen, Chris conta que em determinado momento comparou o trabalho com uma boate, onde dançamos ofuscados por luzes e hipnotizados por músicas alta. E da mesma forma, ela comparou a vinda à China como uma festa que acabou. A música de repente parou e lá estava ela, olhando para si, ouvindo a si mesma a cada dia, e sem o trabalho ela não sabia quem ela era. Não se reconhecia no espelho, não falava sua própria língua, como se ela fosse analfabeta dela mesma. Foi então, que ela olhou para si mesma e percebeu que era hora de reinventar, inventar uma nova versão dela mesma.

Para essa nova versão, a então mulher que ocupava cargos executivos, se transformou em outras várias. Sua experiência trouxe novos convívios, novas visões e novos pontos de vista. Christiane Dumont, na sua busca de ser uma nova mulher, buscou  inspiração em mulheres que ela encontrou em sua jornada, e aprendeu sobre humildade com sua Ayi quando a ajudou no dia a dia; gratidão com sua professora de chinês que enviava seus ganhos para família em outra cidade; renúncia com sua colega chinesa que  desistiu do segundo filho em função da lei do filho único; superação com uma senhora sobrevivente da Revolução cultural; caridade com a diretora de uma ONG à quem doou dinheiro; fé com uma amiga muçulmana que a ensinou que não importa para qual Deus você reza, mas o simples fato de se ter fé; mulheres como suas amigas que cuidaram de seus filhos sua vida inteira e com muito prazer; solidariedade com mulheres que bateram à sua porta com remédios quando sua filha havia sofrido um acidente; juventude com sua colega de 20 anos que resolveu ir para outro país buscar respostas para dúvidas. E foi nessas outras versões que Chris fez dela uma nova versão dela mesma, mas muito melhor.

E ainda nesse processo de descobrimentos, em 2014 Chris lutou contra um câncer de mama, que segundo ela, além de aprendizados valiosos sobre a vida, trouxe novas experiências e conhecimentos.

E a partir de tantas vivências e descobrimentos, no final de 2016, Chris lançou seu primeiro livro “Como morar na China sem engolir sapo nem comer cachorro”, que ela comenta que é quase um diário de bordo de uma família brasileira tentando sobreviver em um país completamente diferente do Brasil. E é nesse “diário” que Chris nos conta histórias da vivência de pessoas comuns, brasileiras, uma família de seis membros que se mudam para o outro lado do mundo em função da carreira do pai.

Entre depoimentos, explicações de rotinas do dia-a-dia, a autora nos faz rir e nos emociona contando histórias da vida real chinesa, como o relato do nascimento de uma chinesinha clandestina nascida fora da política do filho único. O livro “Como morar na China sem engolir sapo nem comer cachorro” é a leitura perfeita para quem quer conhecer a cultura chinesa de forma leve e descontraída a partir da visão de uma brasileira que encarou a vida na China como ela se faz presente.

Christiane além de publicitária e autora do livro, é Life & Career Coach, atualmente cursa o Strategic Intervention de Tony Robins e Cloe Madanes, auxilia intercambistas e oferece serviços para ajudar brasileiros que querem se aventurar na China.

O livro está disponível na Amazon e também é possível contatar a Chris pelo site dela, YouTube e Facebook.

Artigo anteriorO feriado Qingming e suas origens
Próximo artigoCulinária Chinesa: as delicias do Sul